Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais especificamente na França, em reação ao Romantismo.
Características do Realismo
- Veracidade: Demonstra o que ocorre na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos
- Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.
- Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.
- Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.
- Amor: a mulher objeto de prazer/adultério.
- Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.
- Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
- Linguagem próxima à realidade: simples, natural, clara e equilibrada.
O Realismo nas artes:
O Realismo fundou uma Escola artística que surge no século XIX em reação ao Romantismo e se desenvolveu baseada na observação da realidade, na razão e na ciência.
Como movimento artístico, surgiu na França, e sua influência se
estendeu a numerosos países. Esta corrente aparece no momento em que
ocorrem as primeiras lutas sociais contra o socialismo
progressivamente mais dominador, ao mesmo tempo em que há um crescente
respeito pelo fato empiricamente averiguado, pelas ciências exactas e
experimentais e pelo progresso técnico. Das influências intelectuais que
mais ajudaram no sucesso do Realismo denota-se a reação contra as
excentricidades românticas e contra as suas idealizações da paixão
amorosa. A passagem do Romantismo para o Realismo corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e objetivo.
O Realismo na pintura
- Principais pintores realistas:
- Édouard Manet
- Gustave Courbet
- Honoré Daumier
- Jean-Baptiste Camille Corot
- Jean-François Millet
- Théodore Rousseau
O Realismo no teatro
Com o realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói
romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem
torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça realista, A Dama das Camélias (1852), que trata da prostituição.
Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (1862-1946), autor de Os Tecelões.
O Realismo pode ser visto até hoje em dia, em peças teatrais como o Homem da Faixa Preta e outras.
Realismo no Brasil
A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no Brasil
e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O
contexto social que daí se origina, aliado à leitura de grandes mestres
realistas europeus como Stendhal, Balzac, Dickens e Victor Hugo, propiciaram o surgimento do Realismo no Brasil.
Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica O Mulato (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil).
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